SUA VIDA



Maricota (Irmã Penha com 2 anos)
Maricota (Irmã Penha com 2 anos)

MARICOTA

 

     Numa florida manhâ de maio de 1904, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; Carlos Shreiner Haesbaert, filho de imigrantes alemães de religião luterana, contraiu matrimônio com Honorina Kraemer, cuja religiâo era a católica.

 

     Que tempos aqueles tão belos! Que vida tão maravilhosa! Tudo parecia sorrir à alma. Que futuro para aquele novo lar! Parece que a tarde nâo chegaria nunca, e muito menos nuvens negras se abateriam sobre o lar dos Haesbaert...

 

     MARIA KRAEMER HAESBAERT, "Maricota",  como a chamavam antes de sua entrada na Vida Religiosa, nasceu no dia 26 de novembro de 1915, um ano depois de começar a Primeira Guerra Mundial, que ensangüentou o mundo inteiro.

 

     As epidemias começaram a propagar-se, e o pai de  MARICOTA, aos 39 anos de idade, quando a vida lhe sorria, foi vitima da chama epidemia "espanhola", falecendo em 1918.

 

     Deixou a esposa com sete filhos, tendo a maior 10 anos de idade, e o menor, sete meses.

 

     Este sofrimento, para uma pessoa que não tivesse fé, seria uma infelicidade insuportável, mas Deus não lhe enviou tal pena sem uma forte esperança.

 

     Maricota, apenas con três anos de idade, não era capaz de traduzir em linguagem humana esse acontecimento tão triste. a miséria da guerra, a falta de alimentos afetaram-lhe os pulmões; começou a respirar com dificuldade, e o cansaçõ e perturbações próprias desta doença não a deixaram até os 18 anos.

 

     Cresceu esbelta e dilicada. Constante objeto de cuidados e protegida contra qualquer ameaça à saùde, foi sendo criada num ambiente de atenções a que era assaz sensível e muito agradecida. Recompensava os seus familiares com o dom de sua meiga alegria e conformidade, evitando formular queixas e em tudo colaborando no afã de obter, um dia, a cura tão ardentemente desejada. Apesar de sentir-se doente, gozava de uma tranqülidade e deseprendimento inexplicáveis.

 

     A figura da sua mãe, bondosa e cheia de fortaleza, desapareceu no silêncio! È daquele gênero de mulheres capazes de suportar o mundo nas suas mãos sem dramatismos, simplesmente em silêncio.




A FIGURA DE MARIA

 

      "Nossa Senhora, em nossa familia -dizia Maricota-,esteve sempre presente na nossa vida, protegendo-nos e guardando-nos. Esta devoção proporcionava-me esperança e alegría !"

 

      Maricota, como uma menina normal do seu tempo, dotada de uma rica natureza, amável, alegre, amistosa, e sobretudo, com um grande dom de simpatia, após o casamento de sua irmã Selma, passou a residir, juntamente com a sua mãe, no modesto pensionato que as Religiosas de Maria Imaculada instalaram como meio de apostalado na cidade de Porto Alegre, no então chamado bairro Glória. Aprosimava-se cada dia mais a transformação que já tinha começado, mas que sempre é lenta como o aparecer da primavera. Ali continuo a sua vida normalmente e, sem maiores encargos domésticos, foi possível, para Maria, dedicar-se a concluir seus estudos.

 

      Pertencia à Ação Católica, como filiada através do Centro Paroquial da Juventude Feminina Católica.

 

      Aos 23 anos fez, pela primeira vez, os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, nos quais a Divina Providência dirigiu o seu chamado a esta alma aldente e generosa.

 

      Nestes Exercicios, decide o futuro de sua vida: ser Religiosa na Congregação das Religiosas de Maria Imaculada. Tudo aconteceu em silêncio e de forma inesperada...

 

      "A nossa Senhora, tenho certeza, devo esta graça em prmeiro lugar. Amo-a tanto !!!"